O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) divulgou nota em solidariedade a servidores e estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que, por falta de verbas do poder público, podem ver a universidade de portas fechadas.
Leia a nota na íntegra:
Sou assistente social e não aceito o fechamento da UERJ!
O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) se coloca totalmente solidário aos/às servidores/as e estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O CFESS lamenta profundamente que uma das maiores universidades deste país, responsável pela formação de profissionais e pesquisadores/as, esteja ameaçada de fechar suas portas por falta de verbas, falta de responsabilidade e atenção do poder público. Além da formação de profissionais qualificados/as, que se destacam no mercado de trabalho, e de ser uma instituição com ensino, pesquisa e extensão, a UERJ serve à população carioca, pois assume a responsabilidade de hospitais públicos e outros serviços prestados à comunidade.
A cada dia, se evidencia que o ajuste fiscal na União e nos estados não toca nas questões centrais que quebram as finanças públicas (corrupção, sonegação, sangria dos recursos pela dívida pública, apropriação escancarada e indevida do fundo público ). O ajuste também busca penalizar os/as trabalhadores/as nas mais diversas formas de retirada de direitos sociais e políticos. A universidade pública é um patrimônio das conquistas históricas da classe trabalhadora, que sempre reivindicou o acesso público, gratuito e de qualidade ao ensino superior, bandeira assumida em especial pela juventude, desde sua fundação até os dias atuais, em que usaram as ocupações como registro de heroica resistência contra a PEC da morte. O desprezo pela educação pública não é uma novidade na história de nosso país e sempre serviu aos interesses privados, que encontram no descaso do governo um parceiro ideal para se instalarem em um lucrativo nicho mercadológico que é o ensino superior.
A situação atual da UERJ, contudo, passa completamente dos limites e coloca na berlinda um legado humano e estrutural muito importante para a população brasileira, para a pesquisa e para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia no estado do Rio de Janeiro. Reconhecendo a gravidade deste contexto, anunciada em carta aberta pela própria reitoria da universidade, denunciada desde o ano passado por docentes e estudantes, é que o CFESS apoia e se solidariza com todas as expressões de resistência da comunidade universitária. O CFESS, junto com demais movimentos e entidades educacionais e de outras áreas, exige do Estado a realização de ações emergenciais que garantam o funcionamento pleno da UERJ e que previnam o fechamento de suas portas. Esta absurda possibilidade seria um desastre para a área educacional, dada a importância histórica desta universidade para a formação de milhares de pessoas, ainda pelo fato de ser um espaço de excelência da produção acadêmica. Produção que, inclusive, sempre contribuiu como fonte para pensar, de vários ângulos de diversas formações, as soluções para os dilemas vivenciados no Brasil.
Queremos registrar ainda que da UERJ sempre saiu uma leva de qualificados/as bacharéis em Serviço Social, que nos orgulham como categoria quando, em sua atuação no mercado de trabalho, revelam a formação crítica e competente, cuja fonte é esta universidade. A Faculdade de Serviço Social, que existe há mais de 70 anos atuando na formação da graduação e pós-graduação lato sensu e strictu sensu em Serviço Social, tem nos brindado com seara importante, inclusive de produções acadêmicas relevantes e socialmente referenciadas no nosso projeto ético-político. Essa questão profissional já nos mobilizaria certamente em sua defesa, mas o nosso Conselho entende que a relevância desta universidade é bem maior e central para a defesa geral do direito à educação pública como bandeira histórica da classe.
ASSISTENTES SOCIAIS EM DEFESA DA UERJ!
POR UMA UNIVERIDADE PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE!
Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
Gestão Tecendo na luta a manhã desejada (2014-2017)
