Conselheiro da gestão "Avançar Sem Temer", Ademir Júnior, entrevistado na Rádio Líder FM de Santa Rita.
No dia 15 de maio, Dia do/a Assistente Social, o mestre em Serviço Social pela UFPB e doutorando também em Serviço Social pela UFPE, Ademir Júnior, foi entrevistado pela Rádio Líder FM de Santa Rita (100.5), em alusão à data comemorativa e à posse da nova gestão “Avançar Sem Temer”, que irá gerir o Cress/PB no triênio 2017-2020.
Ademir iniciou sua fala com um breve histórico do Serviço Social no Brasil, que vem crescendo no mercado de trabalho e fazendo história no país. Na oportunidade, tirou a dúvida de algumas/ns ouvintes sobre a diferença entre os conceitos de Serviço Social, Assistente Social, Assistência Social e Assistencialismo. A explicação de Ademir foi a seguinte:
Serviço Social: uma profissão regulamentada desde os anos 1960, no Brasil.
Assistente Social: profissional registrado em Conselho, que exerce o trabalho de Serviço Social.
Assistência Social: política social de Estado, instituída em 1988 pela Constituição Federal e regulamentada nos anos de 1990, com a Lei Orgânica da Assistência Social.
Assistencialismo: serviços prestados pelas pessoas como forma de doação ou caridade.
Ainda sobre a profissão do/a Assistente Social, Ademir fez um alerta: “temos empresas oferecendo cursos de extensão, dizendo que as pessoas podem ser um/a profissional assistente social. O curso de extensão não é valido para exercer a profissão, apenas os cursos regulamentados pelo MEC, que formam os bacharéis em Serviço Social”.
Em seguida, os entrevistados fizeram uma série de perguntas, que também foram enviadas pelas/os ouvintes.  A entrevista na íntegra, você confere abaixo:
Entrevistador: Qual a importância da profissão?
Ademir: “Hoje, o Serviço Social é uma profissão que vem ampliando seu espaço de trabalho, principalmente desde 1988, com a Constituição Federal, que passou a assegurar uma diversidade de direitos sociais. Uma curiosidade é que até da década de 80, a predominância era do setor privado, mas, após 1988, o principal local de trabalho do assistente social é o setor público. Então, hoje o principal foco desse profissional é a área da Saúde – em hospitais, núcleos de saúdes, PSFs – mas ele ocupa vários espaços na sociedade.” 
Entrevistador: Como está a contratação desse profissional atualmente?
Ademir: “Nos últimos 10 anos, tivemos uma ampliação significativa do mercado de trabalho do assistente social, principalmente porque ampliamos as políticas sociais. A política da Assistência Social foi instituída em 1988, regulamentada em 1993, mas a população só teve acesso nos anos de 2003/2004, com o CREAS e o CRAS. O CRAS é o Centro de Referência de Assistência Social, e, lá dentro, temos assistentes sociais, psicólogos e pedagogos. Então, hoje temos uma ampliação do mercado, ainda com predominância na área da Saúde, mas a política da Assistência Social ampliou muito o número de assistentes sociais nesses espaços.”
Entrevistador: Qual a composição da nova gestão?
Ademir: “A composição é de 18 assistentes sociais eleitos para gerir e direcionar a gestão do Conselho nos próximos três anos. São assistentes sociais de diversas políticas sociais, que trabalham no INSS, na Saúde, na Educação. A predominância é de conselheiros que moram na região metropolitana, mas temos nossa representação em Sumé, Princesa Isabel, Cajazeiras, Souza. Temos um projeto de interiorizar essas ações do Serviço Social e do Conselho para todo o estado”.

Entrevistador: Quais os desafios para a nova gestão?

Ademir: “Temos muitos desafios. E claro que temos como principal desafio a nossa conjuntura política,  econômica, o desmonte que está havendo no Estado, em que o Governo Federal – que consideramos ilegítimo – vem construindo uma base de desmonte das políticas sociais. Por exemplo, para votar a Reforma da Previdência, ele está comprando deputados ruralistas. Então, teremos uma gestão voltada para a atuação do Serviço Social nas políticas sociais. Se você precariza  as politicas sociais, você precariza o serviço dos usuários e também a ação e o trabalho dos profissionais de Serviço Social, da Psicologia, da Pedagogia, de todos que estão hoje dentro da política da assistência e de diversas áreas. Enquanto desafio, temos a necessidade de pensar nessa conjuntura, de dialogar com a cateogora, com os movimentos sociais, sindicatos, e, principalmente, interiorizar, ainda mais, nosso trabalho enquanto Conselho Regional, para trazer e levar o serviço do Conselho para junto desses profissionais”.

Entrevistador: Você enquanto assistente social, me diga: o Brasil tem jeito?
Ademir: “Estamos em tempos temerosos, temos um presidente que ocupou o espaço de forma ilegitima, o que consideramos um golpe de Estado. Respondendo a sua pergunta, eu acredito que sim. Enquanto assistente social, jovem, estudante e assumindo a responsabilidade de ocupar a gestão do Cress/PB, acredito que temos jeito. Temos ainda políticos que merecem a atenção da população, que não se elegem através da compra de votos, da compra de empresários. Temos grandes nomes da política que merecem essa atenção. Precisamos pensar em um projeto mais crítico para o Brasil, para que possamos avançar. Pensar que o Brasil não tem jeito é o que eles querem, eles querem que a gente desista do Brasil.” 
Entrevistador: Como o Cress/PB vê as reformas trabalhistas que estão sendo propostas?
Ademir: “Por experiência da própria categoria, os assistentes sociais vêm participando desses espaços de luta e de resistência. Precisamos defender esses direitos que foram durante conquistados nos últimos 100 anos. O tema da nossa campanha este ano é: ‘Na luta de classes não há empate – Profissionais em defesa de liberdades democráticas e dos direitos sociais’. Então, nosso mote exige do profissional a defesa intransigente dos direitos sociais e políticos. Precisamos enfrentar e resistir, pois as reformas impostas irão prejudicar o assistente social, o homem  do campo, a empregada doméstica, o trabalhador do comércio e principalmente quem não tem acesso ao trabalho. Precisamos ter um olhar claro de que o que eles estão propondo não é modernização, é retirada de direitos. Eles alegam que teremos mais trabalho, mas será trabalho mais precarizado. São propostas defendidas por empresários, bancadas ruralistas e deputados e senadores que representam o direito do patrão. Como o empregado vai negociar com  patrão?”
Sobre o Dia 15 de maio
Em relação ao dia 15 de maio – Dia do/a Assistente Social – Ademir Júnior defendeu que, além de ser um dia para se comemorar, precisa-se debater e discutir os desafios da profissão nos próximos anos. “Entendemos que a conjuntura é uma luta de classes do empresário buscando seu lucro e sua condição de exploração”, afirmou.
Ademir encerrou, convidando a todos para participar dos eventos em comemoração ao Dia do/a Assistente Social, realizado pelo Cress/PB e da posse da nova gestão que aconteceu no dia 15 de maio, no Instituto Federal da Paraíba (IFPB).
Conselheiro da gestão "Avançar Sem Temer", Ademir Júnior, entrevistado na Rádio Líder FM de Santa Rita.
Conselheiro da gestão “Avançar Sem Temer”, Ademir Júnior, entrevistado na Rádio Líder FM de Santa Rita.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mariana Costa – JP/PB 3569

Assessoria de Comunicação 

 Conselho Regional de Serviço Social da Paraíba – CRESS/PB

E-mail: assessoriacresspb@gmail.com