O dia 17 de abril é o Dia Mundial da Luta Camponesa e Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. A data foi escolhida em memória ao massacre de Eldorado dos Carajás (1996), no qual 22 trabalhadores/as morreram e 69 ficaram feridos/as numa desocupação violenta de terra feita por policiais militares, a mando do então Governador do Pará, Almir Gabriel.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é organizado em 24 estados, em todo o país, e cerca de 350 mil famílias conquistaram a terra por meio da luta do Movimento. Esses/as trabalhadores/as rurais exigem a retomada imediata das vistorias de terras com fins de aquisição para criação de assentamentos, a retomada de terras públicas que foram indevidamente apropriadas e deveriam ser destinadas à Reforma Agrária, bem como cobra a adjudicação das terras que estão em processo de execução por dívidas.

 

Uma vigília democrática dos movimentos populares acompanha Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. (Foto: MST)

 

Ao longo dos anos, o MST tem lutado para garantir o direito à propriedade de terras, conflitados por interesses capitalistas e políticos, pautados pela Reforma Agrária e legislação vigente no Brasil.

 

Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária 2018

No último dia 10 de abril, foi iniciada a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária 2018 que, este ano, traz à tona os 22 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás. A Jornada acontece até hoje (17), e também é pautada pela atual conjuntura de reformas pelo atual governo ilegítimo de Michel Temer.

Em 2017, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) suspendeu o cadastro de novas famílias assentadas, e, segundo o órgão, isso se deve por conta da publicação de um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) que inativou o cadastramento e a seleção de novas famílias entre abril de 2016 e setembro do ano passado. Ademais, o Incra também aguarda o decreto presidencial que deve regulamentar a Lei Federal 13.465/2017, que altera as regras para o programa de reforma agrária.

 

Ações no Paraná. (Foto: Divulgação MST)

 

O combate à criminalização dos movimentos sociais e a defesa do ex-presidente Lula, também estão entre as reivindicações da Jornada deste ano, figurando entre as pautas prioritárias do campo popular.

 

Serviço Social na luta pelos direitos da classe trabalhadora e trabalhadores/as camponeses/as

“A opção do Brasil no cenário atual é por um modelo de desenvolvimento agrário que associa os interesses do capital financeiro, industrial e rural, sem romper a aliança com as elites agrárias que se reúnem sob o signo do agronegócio. A modernidade do agronegócio, no entanto, desfaz-se ao desvendar as relações arcaicas de trabalho a que estão submetidos/as os/as trabalhadores/as das diversas cadeias produtivas e os graves problemas ambientais resultantes do uso abusivo e, por vezes indiscriminado, de agrotóxicos, o desrespeito ao meio ambiente e, ainda, o comprometimento da segurança alimentar do país, devido ao uso de sementes transgênicas e da vinculação da produção ao mercado internacional de commodities.” CFESS Manifesta, 2012. (pág. 98)

O Serviço Social brasileiro detém um histórico de lutas pela classe trabalhadora e camponesa, cumprindo, dentro do seu projeto ético-político, ações de integração e garantia de direitos dessas/es trabalhadoras/es. O Serviço Social se manifesta a favor da reforma agrária e em apoio à luta camponesa, pois:

• como profissão que atua junto às diversas expressões da questão social, o Serviço Social compreende que é a configuração perversa dada pela luta de classe no Brasil o fundamento da questão social, a qual impõe aos/às
trabalhadores/as deste país uma situação de extrema precarização da vida e do trabalho;

• a defesa da democracia pressupõe o acesso à informação e não apenas à reprodução das ideias da classe dominante como hegemônicas para o conjunto da sociedade;

• o Serviço Social entende que a defesa dos direitos humanos, da equidade e da justiça social passa necessariamente pelo acesso à terra;

• à ampliação e à consolidação da cidadania, inclui-se a defesa dos direitos assegurados constitucionalmente, inclusive aqueles relativos à função social da terra;

• somos favoráveis à socialização da riqueza socialmente construída;

• a defesa da reforma agrária é uma luta que perpassa o campo e a cidade, pois dela depende a segurança alimentar de toda a população. A tônica do modelo de produção trazido pela agricultura capitalista é insustentável social e ambientalmente. A agricultura familiar e camponesa é que emprega a maior parte da força de trabalho utilizada no campo e é responsável também pelo fornecimento da maioria dos produtos que compõem a nossa alimentação.

 

Conselho Regional de Serviço Social 13ª Região – Paraíba

Mariana Costa – JP/PB 3569

Assessoria de Comunicação

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