No dia 23 de agosto, ocorreu, na Sala de Multimídias/UFPB, o minicurso “Mulheres e relações de poder: a divisão sexual, social e racial do trabalho no capitalismo contemporâneo”, ministrado pela Prof.ª Dr.ª Rachel Gouveia, assistente social e professora da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A pesquisadora, com uma trajetória profissional e produção intelectual no campo da Saúde Mental e sua relação com as dimensões de gênero, classe e raça, abordou o racismo como estruturante das relações sociais que historicamente coloca a população negra no limbo da invisibilidade, em um processo intenso de discriminação e de negação de direitos: racismo é constituinte da nossa formação social brasileira.


Nessa esteira, Rachel Gouveia trouxe dados alarmantes e atuais sobre a violência racista em sua configuração de genocídio da população negra, sexista e LGBTfóbica no Brasil. A desigualdade, com sua latente marca racista e sexista, foi exposta pela pesquisadora a partir da problematização da negação de direitos vivenciada cotidianamente e de forma mais aguda pelas mulheres negras e pobres nas políticas públicas, como a saúde e educação. No mercado de trabalho, por exemplo, as mulheres negras são as mais mal remuneradas e o desemprego atinge elas de forma muito mais perversa.


Segundo a professora, o combate cotidiano ao racismo não pode se dar sem uma profunda crítica da sociabilidade capitalista, que produz e reproduz exploração-opressão da classe trabalhadora e dos grupos socialmente discriminados, entre eles as mulheres. Assim, as dimensões de raça, classe e sexo são imbricadas e não devem ser dissociadas na análise da realidade social.

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