O Conselho Regional de Serviço Social da 13ª Região – Paraíba (CRESS/PB) vem, por meio desta nota, se manifestar diante da atual conjuntura de efervescência política no Brasil, da qual as últimas manifestações que vêm ocorrendo em todo país se inscrevem como exemplos emblemáticos.

É fato que se esgota mais um ciclo político-econômico nesse contexto histórico, que ficou conhecido como um momento de transição entre neoliberalismo e a pretensa ruptura com os ditames de mais uma fase de desenvolvimento do capitalismo no Brasil. De certo que essa transição não se completou. O que vimos, a bem da verdade, foi o amoldamento de políticas econômicas macroestruturais e o minimalismo das políticas sociais, tal como se reza na Cartilha dos Objetivos de Desenvolvimento do Novo Milênio (ONU, 2010).

Nos anos que se seguem, desde a virada do século aos dias atuais, assistimos ao abandono de um projeto de ruptura radical com os interesses do grande capital e à implementação de um projeto de falsa conciliação entre as classes, cujo lamentável saldo histórico foi mais um conjunto de medidas que atacaram os direitos conquistados pela classe trabalhadora e que mercantilizaram ainda mais as ações de proteção social (a exemplo dos campos da Previdência Social, da Educação e da Saúde), salvo a implementação de algumas pequenas “reformas sociais”.

Não obstante a atual busca de governabilidade do Partido dos Trabalhadores, nada justifica o franco processo de exaltação do conservadorismo e do neoconservadorismo, que encontra solo fértil nos rescaldos da crise estrutural do capital, para vociferar o ataque obsceno ao Estado Democrático e de Direito, conquistado a duras penas em nosso país.

Mediante o discurso seletivo de justiça e de combate à corrupção, afronta a inteligência da população, a memória histórica e coletiva, o conjunto de direitos conquistados e as bandeiras históricas da luta da classe trabalhadora. Nesses termos, repudiamos veementemente as movimentações antidemocráticas da Polícia Federal e do Poder Judiciário que, por meio de ações unilaterais, a favor da reconstrução da hegemonia de dominação da elite político-econômica brasileira, manipulam a opinião pública, e, para tanto, contam com uma mídia também comprometida com tais interesses.

De fato, é preciso reconstruir a articulação de um campo político-crítico, cujos alicerces sejam: as necessárias lutas sociais e o fortalecimento da organização da classe trabalhadora, por sua vez, pautadas na defesa intransigente de uma radicalidade democrática, contra qualquer tipo de exploração e de opressão, contra o autoritarismo e o totalitarismo, contra qualquer tentativa antidemocrática de golpe.

 

CRESS 13ª Região/Paraíba

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