Vivemos no Brasil sob um golpe à nossa frágil democracia, capitaneado pela burguesia em conluio com a elite midiática, setores do Judiciário brasileiro e parte do Congresso, processo que dissemina e fortalece o conservadorismo, uma das marcas da nossa formação sócio-histórica, nas várias dimensões da vida social.

Essa intensa conjuntura conservadora é prenhe de discursos: que deslegitimam os direitos sociais, tratados como benesses e privilégios; que tratam as expressões da questão social como problemas do sujeito individual; que criminalizam os movimentos e lutas sociais; de ódio contra mulheres, negras(os), indígenas, quilombolas, LGBTs, dentre outros grupos socialmente discriminados; que negam os direitos humanos em sua integralidade.

Materializados em ações, esses discursos reproduzem e cristalizam um estado de barbárie no campo e na cidade.
Os discursos e práticas fascistas impregnam as relações sociais e são reproduzidos por parte da população, devidos os intensos processos de alienação. Mas também são reflexo do momento de extrema retração de direitos e de ações autoritárias por parte dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, gerando, assim, uma legitimação de expressões racistas, machistas e LGBTfóbicas.

 

 

Nessa esteira, não é surpreendente que no momento atual de demonstrações públicas de violência e de ameaças às liberdades de expressão, esses discursos sejam verbalizados por alguns candidatos. O Serviço Social brasileiro, cuja história revela uma luta constante contra o conservadorismo, na defesa de um Projeto Profissional crítico, orientado por princípios como a liberdade, a democracia e a defesa intransigente dos direitos humanos, nos convoca a endossar o embate a essas práticas e posturas antidemocráticas e fascistas, cujos projetos de governo visam aprofundar a retirada de direitos em curso no país.

Nesse contexto, consideramos fundamental chamar atenção dos e das profissionais paraibanos para um exercício profissional coerente com nossos valores profissionais com a ampliação das possibilidades do nosso exercício profissional por meio de concurso público, na viabilização do acesso aos direitos dos/as usuários/as, garantindo suas expressões diversas no conjunto da classe trabalhadora, como orientação sexual, identidade de gênero, orientação religiosa, faixas etárias e nacionalidade.

Sabemos que isso não pode ser objetivado nos marcos de uma sociedade regida por valores antidemocráticos, xenofóbicos, machistas, racistas e LGTBfóbicos.

O CRESS/PB, tem acordo com as lutas populares antifascistas, como resultado das forças da classe trabalhadora e de movimentos sociais, que se organizam no campo da esquerda, fortalecendo a articulação com as lutas sociais classistas, conforme orientação do projeto profissional crítico.

 

A Diretoria

Conselho Regional de Serviço Social 13ª Região – Paraíba

Gestão “Avançar Sem Temer” (2017-2020)